sábado, 7 de setembro de 2013

IGNORADOS PELO ESTADO: De Vila Rica a vila pobre.



O projeto da Vila Rica, em Poço de Uibaí, mostrou-se viável no princípio da sua implementação. Para se ter uma ideia, mais de vinte famílias viviam na vila. Ali trabalhavam, recebiam uma remuneração pelo trabalho, havia dias que eram liberados para dedicação a
Terreno da Vila Rica ao fundo
outras atividades, e ainda tinham um bom percentual na colheita.
 

É bom frisar que aquilo que recebiam superava, em muito, o valor da bolsa-família. O cultivo de pinha, mandioca, maracujá, melancia, caju, parecia ir de vento em popa. Membros da associação se deslocavam a Irecê, Barra, Salvador, na tentativa de dar continuidade ao projeto.
Era animador o cenário. Ao conversar com os assentados só se via sonhos: criação de fábrica de polpa, de beneficiamento de mel, perfuração de poços, aquisição de trator, etc.
Hoje, ao visitar a vila, o cenário não é animador. Com a seca que atingiu o Nordeste nos últimos anos, muitos assentados não suportaram. Apenas sete casas estão habitadas. Os membros da vila não conseguiram pagar as parcelas referentes à compra da terra e aos financiamentos, abandonando o projeto. Só dívidas, juros altos, falta de motivação.
Falta investimento, suporte técnico, falta coragem e iniciativa. Os pequenos produtores foram literalmente abandonados pelo estado, que aparece apenas para oferecer o bolsa-família e um seguro para cobrir as perdas (pela seca). 
O potencial da vila vai além do que se imagina: a perfuração de dois poços, sintonizada com a recuperação da plantação de caju, maracujá, pinha, verduras, a instalação de um orelhão na praça da vila, a recuperação da micro-indústria de beneficiamento de mel, o apoio do Estado oferecendo empréstimo para criação de galinhas, cabras e vacas, a recuperação da estrada de acesso, o suporte técnico para os assentados participarem das licitações da prefeitura e escoarem a produção com qualidade, são itens que podem ser implementados.
O Poço conta com dois vereadores que precisam entrar nessa luta e ir atrás do Banco do Nordeste, CODEVASF, CAR, EBDA, CEF, pedirem apoio aos deputados aos quais são ligados, e/ou buscar os ministérios que possam diminuir o sofrimento desses camponeses, que só saem da vila “no último pau de arara”.
É necessário uma equipe técnica ir ao local, fazer um estudo de viabilidade, ver o que pode ser produzido e como alcançar essa produção. Por outro lado, os membros que resistiram precisam se unir e voltar a sonhar!

Um comentário:

Anônimo disse...

E ISSO AI GAROTO TEM QUE COBRAR DAS AUTORIDADES COMPETENTE PARA CORRE ATRAS DOS RECURSOS PARA DA ANDAMENTO NESTE PROJETO;FALOU CARA TUDO DE BOM